Nome: Anica Bittencourt Idade: 24 anos Localização: Curitiba, PR
Eu odeio dar pedaço de Sonho de Valsa para as pessoas porque eu tenho um sistema legal de comer, tirando camada por camada. E aí as pessoas mordem e esculhambam meu sistema, e isso me deixa puta.
Fico louca da vida também com barulhinhos de colher batendo no copo e gente mascando chiclete.
Isso obviamente me qualifica como uma pessoa de manias, e não negarei: sou cheia delas. Por exemplo, eu sempre calço primeiro o pé esquerdo, e no momento que estou colocando o sapato penso "Nossa, começar com pé esquerdo dá azar".
E eu não sei bem se é uma mania, mas eu costumo ser meio avoada para coisas que as pessoas normais chamam de "importantes". Até hoje não decorei meu cpf e com relativa freqüência esqueço o número do meu telefone, ou ainda que na verdade me chamo 'Ana Paula', e não 'Anica'. Então, para não pensarem que sou esse azedume todo, resolvi acrescentar coisinhas fofas ao meu respeito. Eu adoro sorvete de menta com chocolate, dias de chuva e dar apertões em gatinhos. Sou fã dos 'Rolling Stones' (embora tenha passado uns anos da minha vida achando que só se pode ser fã dos 'Beatles' ou dos 'Stones', nunca os dois juntos), mas sempre esqueço de citá-los como banda favorita, assim como faço com o '1984' do Orwell na hora de citar um livro que mudou meu mundo (porque livros mudam pessoas, que mudam mundos, né?). Enfim, foi tão difícil achar essas coisas fofas que eu começo a acreditar que realmente sou esse azedume todo.
Frank, queriducho! Obrigada por resgatar o véio Hellfire!
*Hellfire Club,terça-feira, maio 04, 2004*
Eu tenho um pedaço de guardanapo, todo enroladinho e amassado, guardado dentro de uma agenda. Guardo ele desde o final de 98. Eu estava completamente apaixonada por um carinha e uns dias antes do ano novo, estava tomando sorvete no calçadão de Caiobá com meus irmãos e minha cunhada, quando ele passou na minha frente.
Passou com outra menina...
Para não chorar ali na frente deles (muito menos ali no calçadão), eu comecei a enrolar o guardanapo nos dedos. Enrolei, enrolei, enrolei... quando cheguei em casa, percebi que tinha virado quase um fiapo de papel. E eu me sentia um fiapo de gente.
Resolvi guardar na agenda. Escrevi no dia em que guardei o papel com minha caneta roxa metálica: "Você ainda vai rir disso." E sabe? Depois que nos reencontramos tivemos momentos tão bons que sim, eu sempre rio daquele papelzinho.
Quando eu estou triste volta e meia eu abro minha agenda e procuro esse papel. Eu gosto de lembrar que por pior que uma situação seja, nunca é para sempre. Ou as coisas se resolvem, ou as pessoas vão embora. Até que virem lembrança, até que não sejam mais o problema.
É, eu estou com o papelzinho aqui do lado...
Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu