Nome: Anica Bittencourt Idade: 24 anos Localização: Curitiba, PR
Eu odeio dar pedaço de Sonho de Valsa para as pessoas porque eu tenho um sistema legal de comer, tirando camada por camada. E aí as pessoas mordem e esculhambam meu sistema, e isso me deixa puta.
Fico louca da vida também com barulhinhos de colher batendo no copo e gente mascando chiclete.
Isso obviamente me qualifica como uma pessoa de manias, e não negarei: sou cheia delas. Por exemplo, eu sempre calço primeiro o pé esquerdo, e no momento que estou colocando o sapato penso "Nossa, começar com pé esquerdo dá azar".
E eu não sei bem se é uma mania, mas eu costumo ser meio avoada para coisas que as pessoas normais chamam de "importantes". Até hoje não decorei meu cpf e com relativa freqüência esqueço o número do meu telefone, ou ainda que na verdade me chamo 'Ana Paula', e não 'Anica'. Então, para não pensarem que sou esse azedume todo, resolvi acrescentar coisinhas fofas ao meu respeito. Eu adoro sorvete de menta com chocolate, dias de chuva e dar apertões em gatinhos. Sou fã dos 'Rolling Stones' (embora tenha passado uns anos da minha vida achando que só se pode ser fã dos 'Beatles' ou dos 'Stones', nunca os dois juntos), mas sempre esqueço de citá-los como banda favorita, assim como faço com o '1984' do Orwell na hora de citar um livro que mudou meu mundo (porque livros mudam pessoas, que mudam mundos, né?). Enfim, foi tão difícil achar essas coisas fofas que eu começo a acreditar que realmente sou esse azedume todo.
Frank, queriducho! Obrigada por resgatar o véio Hellfire!
*Hellfire Club,sexta-feira, junho 04, 2004*
UM GRANDE GAROTO (Nick Hornby)
Finalmente acabei. Não é que o livro seja chato, eu só estou sem tempo para ler coisas que não tenham a ver com a faculdade mesmo. Aliás, mesmo que esse seja meu segundo livro do Hornby, estou começando a achar que 'chato' não é bem o tipo de adjetivo que um dia eu vá usar para falar sobre algum livro dele.
De início: não tem nada a ver com Alta Fidelidade. Ok, tem uma brincadeira para os fãs do livro. Em dado momento o personagem dá uma passada na loja de discos do Rob. Mas para por aí.
O livro tem ótimos momentos, mas sem dúvida o que chama mais a atenção é como a história é contada. Hornby intercala os pontos de vista entre Will (o quase quarentão com alma de adolescente) e os de Marcus (o adolescente atípico). O que é mais bacana é que ele não mostra as diferenças de idéias de uma forma forçada, ao estilo "Willéadultoentãoémaiscoerente" ou algo assim.
Além disso, é legal perceber o desenvolvimento das personagens ao longo do livro. Como acontecem as mudanças sutis, principalmente como eles amadurecem convivendo. No final das contas, acho que é bem essa a idéia do livro: mostrar as trocas que acontecem entre amigos.
Com relação as personagens principais, acho que o destaque fica mesmo para o garotinho Marcus. Não sei até que ponto simpatizei com ele por ser um peixe fora d'água ou por ser um moleque de 12 anos em 1993 (é, eu fui uma moleca de 12 anos em 1993). Seja qual for a razão, o fato é que ele é bem mais carismático que o Will, e os momentos com a coleguinha Ellie são ótimos.
Acho que o segredo para fazer um personagem tão querido é que Hornby deve ter um pedaço de criança ainda. Resgatar aquele início de adolescência com a doçura que ele fez, é só para as pessoas de alma jovem mesmo. Enfim, Um Grande Garoto não é ácido como Alta Fidelidade, é leve e desprentesioso, a melhor pedida para quem está procurando ler só para desbaratinar.