Decidi que vou roubar o corpo da
Paris Hilton e então fazer um tipo de transplante de cérebro. Aí conquistarei o mundo. Nos dois sentidos.
Ahnn... sei lá.
Vou assistir
De Profundis no domingo com o pessoal. Estou tentando convencer o Lê a ir também, mas ele ficou traumatizado com a última peça de teatro que levei ele.
Já que falei de 'De Profundis' do
Oscar Wilde, um dos trechos mais bacanas da carta:
"(...)E a tudo acrescenta-se o fato mesquinho, insignificante, mas inegável de que, por suas ações e por seu silêncio, pelo que fez e pelo que deixou de fazer, você tornou ainda mais difícil, para mim, suportar cada dia do meu longo cativeiro.
Seu procedimento conseguiu até mudar o gosto do pão e da água que me servem na prisão, tornando amargo o primeiro e salobra a segunda. Você duplicou o sofrimento que deveria ter repartido, avivou a dor que deveria ter procurado aplacar, transformando-a em angústia.
Acredito que não o tenha feito intencionalmente. Sei que não pretendeu fazê-lo. Foi culpa apenas do único defeito realmente fatal do seu caráter: a sua total falta de imaginação."
Sabe, o mais bacana dessa carta ao Bosie é que, na prisão, Wilde recebia apenas 8 folhas de papel por dia. E ele escreveu essa carta por dias e dias, tendo que parar quando o papel acabava. No outro dia ele retornava
exatamente do ponto onde tinha parado, sem ter o trecho anterior para reler e/ou consultar.
Ao ler 'De Profundis' não tem nenhum momento em que pareça que ele estava falando sobre algo e de repente mudou de assunto do nada. É tudo muito fluente, coeso. É simplesmente perfeito. Não é à toa que eu pago um pau para tudo o que o Wilde escreve...