Nome: Anica Bittencourt Idade: 24 anos Localização: Curitiba, PR
Eu odeio dar pedaço de Sonho de Valsa para as pessoas porque eu tenho um sistema legal de comer, tirando camada por camada. E aí as pessoas mordem e esculhambam meu sistema, e isso me deixa puta.
Fico louca da vida também com barulhinhos de colher batendo no copo e gente mascando chiclete.
Isso obviamente me qualifica como uma pessoa de manias, e não negarei: sou cheia delas. Por exemplo, eu sempre calço primeiro o pé esquerdo, e no momento que estou colocando o sapato penso "Nossa, começar com pé esquerdo dá azar".
E eu não sei bem se é uma mania, mas eu costumo ser meio avoada para coisas que as pessoas normais chamam de "importantes". Até hoje não decorei meu cpf e com relativa freqüência esqueço o número do meu telefone, ou ainda que na verdade me chamo 'Ana Paula', e não 'Anica'. Então, para não pensarem que sou esse azedume todo, resolvi acrescentar coisinhas fofas ao meu respeito. Eu adoro sorvete de menta com chocolate, dias de chuva e dar apertões em gatinhos. Sou fã dos 'Rolling Stones' (embora tenha passado uns anos da minha vida achando que só se pode ser fã dos 'Beatles' ou dos 'Stones', nunca os dois juntos), mas sempre esqueço de citá-los como banda favorita, assim como faço com o '1984' do Orwell na hora de citar um livro que mudou meu mundo (porque livros mudam pessoas, que mudam mundos, né?). Enfim, foi tão difícil achar essas coisas fofas que eu começo a acreditar que realmente sou esse azedume todo.
Frank, queriducho! Obrigada por resgatar o véio Hellfire!
*Hellfire Club,quarta-feira, setembro 15, 2004*
Ah, bem. Estou sem o Adobe e aparentemente sem o Outlook também. E como sou uma criatura patética que desconhece o informatiquês, vou pagar um sujeito que entenda disso para dar um jeito no meu pc.
Mas antes disso vou fazer um treco que já deveria ter feito há muito tempo: gravar minha coleção de HQs em cd. Cortesia do Eudes, hehe.
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Salário no banco e eu aqui pensando com qual livro que vou me presentear:
Catatau do Leminski ou...
Laranja Mecânica do Burgess?
No final das contas eu sou uma pessoa absurdamente fácil de agradar, não? Me dê um livro e você verá uma Anica feliz e saltitante. Ok, eu costumo ficar alegre até com papel de bala, deixa isso quieto.
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O lance do emprego em São Paulo não rolou mesmo, mas eu meio que já sabia que não ia rolar, senão eu nem teria arriscado. Sabe como é, sou meio medrosa. Mas eu estou bem insatisfeita com esse negócio do Projeto.
Não é nem pelo salário, que pagam atrasadíssimo. Mas... Mas... Eu realmente odeio Inglês. Eu tenho que saber, porque por alguma coincidência bizarra meus escritores preferidos são os de Língua Inglesa. Mas eu não quero continuar ensinando uma coisa pela qual não tenho paixão alguma.
Como vou despertar isso nos meus alunos se eu não sinto? E eu acho fundamental despertar a paixão no aluno, é por isso que insisto tanto em querer dar aulas de Literatura. Porque amo isso, e amo ainda mais falar disso.
Enfim, eu tenho medo de que essa situação "temporária" se prolongue muito. Por isso estou procurando outras coisas (como o lance de São Paulo). Agora achei mais uma coisa diferente, aqui em Curitiba mesmo. Obviamente vou arriscar.
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Meu ego mandou eu colocar isso aqui:
1 Anica, o que me quereis,
que tanto me enfeitiçais,
uma vez quando cantais,
e outra quando apareceis:
se por matar-me o fazeis,
fazei esse crime atroz
de matar-me sós por sós,
para que eu tenha o socorro,
que vendo, que por vós morro,
viva de morrer por vós.
2 Matar-me eu o sofrerei,
mas sofrei também chegar-me,
que ter asco de matar-me
jamais o consentirei:
fugir, e matar não sei,
Ana, como o conseguis?
mas se a minha sorte o quis,
e vós Ana, o intentais,
não podeis matar-me mais,
do que quando me fugis.
3 Chegai, e matai-me já;
mas chegando estou já morto,
causa, que me tem absorto
matar-me, quem não me dá:
chegai, Ana, para cá
para dar-me essa ferida,
porque fugir de corrida,
e matar-me dessa sorte,
se o vejo na minha morte,
o não vi na minha vida.
4 Não sei, que pós foram estes,
que n'alma me derramastes,
não sei, com que me matastes,
não sei, o que me fizestes:
sei, que aqui aparecestes,
e vendo-vos com antolhos,
topei com tantos abrolhos
na vossa dura conquista,
que me tirastes a vista,
e me quebrastes os olhos.Gregório de Matos