Nome: Anica Bittencourt Idade: 24 anos Localização: Curitiba, PR
Eu odeio dar pedaço de Sonho de Valsa para as pessoas porque eu tenho um sistema legal de comer, tirando camada por camada. E aí as pessoas mordem e esculhambam meu sistema, e isso me deixa puta.
Fico louca da vida também com barulhinhos de colher batendo no copo e gente mascando chiclete.
Isso obviamente me qualifica como uma pessoa de manias, e não negarei: sou cheia delas. Por exemplo, eu sempre calço primeiro o pé esquerdo, e no momento que estou colocando o sapato penso "Nossa, começar com pé esquerdo dá azar".
E eu não sei bem se é uma mania, mas eu costumo ser meio avoada para coisas que as pessoas normais chamam de "importantes". Até hoje não decorei meu cpf e com relativa freqüência esqueço o número do meu telefone, ou ainda que na verdade me chamo 'Ana Paula', e não 'Anica'. Então, para não pensarem que sou esse azedume todo, resolvi acrescentar coisinhas fofas ao meu respeito. Eu adoro sorvete de menta com chocolate, dias de chuva e dar apertões em gatinhos. Sou fã dos 'Rolling Stones' (embora tenha passado uns anos da minha vida achando que só se pode ser fã dos 'Beatles' ou dos 'Stones', nunca os dois juntos), mas sempre esqueço de citá-los como banda favorita, assim como faço com o '1984' do Orwell na hora de citar um livro que mudou meu mundo (porque livros mudam pessoas, que mudam mundos, né?). Enfim, foi tão difícil achar essas coisas fofas que eu começo a acreditar que realmente sou esse azedume todo.
Frank, queriducho! Obrigada por resgatar o véio Hellfire!
*Hellfire Club,terça-feira, abril 19, 2005*
Hoje li uma entrevista ma-ra-vi-lho-sa com Guimarães Rosa, realizada por um alemão chamado Günter W. Lorenz. Acho que foi a primeira oportunidade que tive de conferir um pouco de que homem ele era. Do tipo filho da puta apaixonante, se me permitem o palavrão.
A começar que ele não cedia entrevistas, e exigiu que o Lorenz tratasse aquilo como um diálogo. Diálogo esse recheado de momentos como esse:
LORENZ: Isso significa que você iniciou sua carreira como lírico?
ROSA: Não, tão grave assim não foi.
O discurso do Rosa é simplesmente perfeito, e isso que ele estava falando em Alemão. Ele consegue escapar das perguntas que não queria responder com uma sutileza surpreendente. Para não dizer do valor das idéias que ele expôs nessa entrevista, valeu mesmo a leitura.
"(...) Escrevendo, descubro sempre um novo pedaço do infinito. Eu vivo no infinito, o instante não conta."
E pensar que como diplomata ele provocou Hitler e salvou vários judeus... Outros tempos, outros tempos...
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Off with her head!!!!!!!!
Eu queria mesmo, mas já não estou mais conseguindo acreditar como antes. Quer dizer, eu estou errada sempre? Há sempre uma boa razão para me tornar a pessoa má, paranóica, mimada e idiota que parece ter compulsão por estragar tudo?
Então o que faço? Vou viver como eremita evitando tropeços na convivência com outros humanos? Tento algum curso do tipo "Surte, mas na hora certa" no Instituto Universal Brasileiro? Calo a boca e vou dormir?
É, eu vou dormir.
"Oh my ears and whiskers, how late it's getting!"