Nome: Anica Bittencourt Idade: 24 anos Localização: Curitiba, PR
Eu odeio dar pedaço de Sonho de Valsa para as pessoas porque eu tenho um sistema legal de comer, tirando camada por camada. E aí as pessoas mordem e esculhambam meu sistema, e isso me deixa puta.
Fico louca da vida também com barulhinhos de colher batendo no copo e gente mascando chiclete.
Isso obviamente me qualifica como uma pessoa de manias, e não negarei: sou cheia delas. Por exemplo, eu sempre calço primeiro o pé esquerdo, e no momento que estou colocando o sapato penso "Nossa, começar com pé esquerdo dá azar".
E eu não sei bem se é uma mania, mas eu costumo ser meio avoada para coisas que as pessoas normais chamam de "importantes". Até hoje não decorei meu cpf e com relativa freqüência esqueço o número do meu telefone, ou ainda que na verdade me chamo 'Ana Paula', e não 'Anica'. Então, para não pensarem que sou esse azedume todo, resolvi acrescentar coisinhas fofas ao meu respeito. Eu adoro sorvete de menta com chocolate, dias de chuva e dar apertões em gatinhos. Sou fã dos 'Rolling Stones' (embora tenha passado uns anos da minha vida achando que só se pode ser fã dos 'Beatles' ou dos 'Stones', nunca os dois juntos), mas sempre esqueço de citá-los como banda favorita, assim como faço com o '1984' do Orwell na hora de citar um livro que mudou meu mundo (porque livros mudam pessoas, que mudam mundos, né?). Enfim, foi tão difícil achar essas coisas fofas que eu começo a acreditar que realmente sou esse azedume todo.
Frank, queriducho! Obrigada por resgatar o véio Hellfire!
*Hellfire Club,quarta-feira, abril 27, 2005*
Ontem não teve prova mas a aula da Sandra rendeu absurdamente. Eu não penso duas vezes antes de me matricular em disciplina com ela porque é sempre um deleite a viagem cultural que ela é capaz de fazer durante as aulas.
O fato é que estávamos trabalhando com um texto pentelhérrimo do Frye a respeito dos tipos de Comédia, e eis que quando chegamos no último tipo, a Comédia Irônica, concluímos que esses são os tempos da comédia irônica: parodiamos tudo, rimos de tudo e, como conseqüência, banalizamos tudo.
O exemplo mais cru disso é fazermos piadas a respeito de balas perdidas no Rio de Janeiro. Um outro, citado pela Sandra, é o do quadro do Munch, O Grito. Segundo ela o quadro representaria o horror do Homem ao se reconhecer como agente das barbáries da Guerra. Era algo carregado de sentido, mas que no nosso tempo de paródias virou isso, isso, isso ou isso.
A banalização da Arte, assim como o esvaziamento do sentido das coisas. Pior, a paródia, a repetida paródia. Se for pensar bem, o que há novo de fato nos dias de hoje? Aqui não só no campo da Literatura, que sim, é um dos que mais sofrem com a desculpa da paródia (ou da 'homenagem', como diria Mick Jagger). Afinal, tudo que tinha que ser criado já está aí ou esse negócio todo é só uma acomodação mesmo?
Em tempo, fui pesquisar sobre o motivo d'O Grito e achei isso aqui. Não tem nada a ver com o que a Sandra disse, mas como gostei das conclusões a respeito da paródia, resolvi deixar os fatos reais para o fim, he he.
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Eu ia contar uma história a respeito de ladrões, medo do escuro e chaves escondidas embaixo de ursinhos de pelúcia mas acho que já blablazei demais hoje.