Nome: Anica Bittencourt Idade: 24 anos Localização: Curitiba, PR
Eu odeio dar pedaço de Sonho de Valsa para as pessoas porque eu tenho um sistema legal de comer, tirando camada por camada. E aí as pessoas mordem e esculhambam meu sistema, e isso me deixa puta.
Fico louca da vida também com barulhinhos de colher batendo no copo e gente mascando chiclete.
Isso obviamente me qualifica como uma pessoa de manias, e não negarei: sou cheia delas. Por exemplo, eu sempre calço primeiro o pé esquerdo, e no momento que estou colocando o sapato penso "Nossa, começar com pé esquerdo dá azar".
E eu não sei bem se é uma mania, mas eu costumo ser meio avoada para coisas que as pessoas normais chamam de "importantes". Até hoje não decorei meu cpf e com relativa freqüência esqueço o número do meu telefone, ou ainda que na verdade me chamo 'Ana Paula', e não 'Anica'. Então, para não pensarem que sou esse azedume todo, resolvi acrescentar coisinhas fofas ao meu respeito. Eu adoro sorvete de menta com chocolate, dias de chuva e dar apertões em gatinhos. Sou fã dos 'Rolling Stones' (embora tenha passado uns anos da minha vida achando que só se pode ser fã dos 'Beatles' ou dos 'Stones', nunca os dois juntos), mas sempre esqueço de citá-los como banda favorita, assim como faço com o '1984' do Orwell na hora de citar um livro que mudou meu mundo (porque livros mudam pessoas, que mudam mundos, né?). Enfim, foi tão difícil achar essas coisas fofas que eu começo a acreditar que realmente sou esse azedume todo.
Frank, queriducho! Obrigada por resgatar o véio Hellfire!
*Hellfire Club,sexta-feira, junho 03, 2005*
Nós sempre culpamos nossos pais pelo que somos, a dita "educação". Eu não vou entrar aqui na discussão de quanto hoje em dia os pais legam à tv e à escola a tarefa de criar os filhos, porque não é disso que quero falar. Eu quero falar do momento em que você se dá conta de quanto é igual aos seus pais.
Meu pai morreu quando eu tinha 10 anos de idade. Não foi tempo suficiente para me ensinar tudo o que eu queria saber, eu tenho certeza disso. Mas dele eu herdei o gosto por todos os tipos de arte (ele acreditava piamente que minha paixão pelos caran d'ache dele era artístico, e não gastronômico). Herdei também o amor por Beatles e a irritação ao ouvir barulho de dente batendo em colher quando uma pessoa está tomando sopa.
E eu não sei se por ela ter 14 anos de "vantagem" com relação ao meu pai, mas sinto que é quando olho para minha mãe que me vejo. Ontem, enquanto ela fazia o jantar, conversávamos tomando um vinho, coisa que há muito não fazíamos. Foi impressionante perceber que todas as nossas idéias sobre as coisas ao redor são idênticas, nós só mudamos as palavras ao nos expressar.
Mais do que isso: que tudo o que vemos de errado em nossas vidas nesse momento são mais ou menos a mesma coisa. É um não encontrar o caminho e um desiludir-se com as pessoas que muda de nome de acordo com a situação, mas ainda assim é igual.
Difícil concluir esse tipo de texto. Não vou citar Legião, btw.