Nome: Anica Bittencourt Idade: 24 anos Localização: Curitiba, PR
Eu odeio dar pedaço de Sonho de Valsa para as pessoas porque eu tenho um sistema legal de comer, tirando camada por camada. E aí as pessoas mordem e esculhambam meu sistema, e isso me deixa puta.
Fico louca da vida também com barulhinhos de colher batendo no copo e gente mascando chiclete.
Isso obviamente me qualifica como uma pessoa de manias, e não negarei: sou cheia delas. Por exemplo, eu sempre calço primeiro o pé esquerdo, e no momento que estou colocando o sapato penso "Nossa, começar com pé esquerdo dá azar".
E eu não sei bem se é uma mania, mas eu costumo ser meio avoada para coisas que as pessoas normais chamam de "importantes". Até hoje não decorei meu cpf e com relativa freqüência esqueço o número do meu telefone, ou ainda que na verdade me chamo 'Ana Paula', e não 'Anica'. Então, para não pensarem que sou esse azedume todo, resolvi acrescentar coisinhas fofas ao meu respeito. Eu adoro sorvete de menta com chocolate, dias de chuva e dar apertões em gatinhos. Sou fã dos 'Rolling Stones' (embora tenha passado uns anos da minha vida achando que só se pode ser fã dos 'Beatles' ou dos 'Stones', nunca os dois juntos), mas sempre esqueço de citá-los como banda favorita, assim como faço com o '1984' do Orwell na hora de citar um livro que mudou meu mundo (porque livros mudam pessoas, que mudam mundos, né?). Enfim, foi tão difícil achar essas coisas fofas que eu começo a acreditar que realmente sou esse azedume todo.
Frank, queriducho! Obrigada por resgatar o véio Hellfire!
*Hellfire Club,quarta-feira, setembro 21, 2005*
Projeto para quando for gente grande:
Quero ser Nigella!
Ela tem um sotaque britânico sexy, trabalha com o que gosta, cozinha bem e é estilosa.
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Por falar em projetos para o futuro, ontem a professora Luci deu uma daquelas aulas que fazem com que eu tenha cada vez mais vontade de dar aulas de Literatura. Apaixonante mesmo, ela comparou a edição da seqüência da "Escadaria de Odessa" em O Encouraçado Potemkim com a montagem da Canção de Amor de J. Alfred Prufrock do Eliot (da qual falei por aqui na sexta passada).
É aquela coisa de encantar ao explicar, e não simplesmente vomitar em cima dos alunos o conteúdo dos livros didáticos. Isso faz toda a diferença, especialmente no caso dos adolescentes. Uma aula mal dada pode criar um trauma para o resto da vida sobre nomes como "Machado de Assis", por exemplo.
No final das contas, aulas como essa da Luci (na verdade todas dela, pago um pau hehe) fazem com que lembre de algo que li uma vez:
"A tarefa do professor: mostrar a frutinha vermelha. Comê-la diante dos olhos dos alunos. Erotizar os olhos. Provocar a fome. Fazê-los babar de desejo. Acordar a inteligência adormecida. Aí a cabeça fica grávida: prenhe de idéias. E quando a cabeça engravida não há nada que segure o corpo." (Rubem Alves)
Um dia eu chego lá.